A Sociedade Mato-grossense de Anestesiologia (SOMA) lamenta a infeliz declaração do secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Luis Antonio Possas de Carvalho, incluindo acusações infundadas, com o intuito de desviar o foco da falta de medicamentos que ocorre desde o dia 19/12 no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.
“Sem a medicação correta e na quantidade necessária não é possível dar o atendimento que a população merece. O risco é enorme para o paciente e para os anestesiologistas”, declara Diogo Leite Sampaio, Presidente eleito da Sociedade Mato-grossense de Anestesiologia e vice-presidente nacional da Associação Médica Brasileira.
Em nota, a Associação Médica Brasileira já se posicionou a respeito, após ter recebido as denúncias. “A AMB não deixará que estes profissionais sejam pressionados a atuar de forma improvisada”.
Desde o dia 07/12 os anestesiologistas do hospital notificavam, por ofícios, a ausência de medicamentos. No dia 19 medicamentos essenciais para as anestesias estavam em falta e foram solicitados por meio de comunicações internas à diretoria e à administração.
Dentre os medicamentos em falta, constavam das comunicações anestésicos como Propofol, isoflurano e sevoflurano além de efedrina, etilefrina e noradrenalina utilizados para manter a pressão do paciente. Também estavam da lista outros medicamentos em falta ou que estavam acabando e necessários para as cirurgias como: Cetamina, Clonidina, Alfentanil, Droperidol, Nilperidol, Cefalotina, Efortil, Morfina 0,2mg, Morfina 1mg e Propofol. Em um dos comunicados, havia o alerta: “Visando a manutenção de pacientes, solicitamos essas medicações para evitar a suspensão de cirurgias eletivas. Tendo o cuidado de providenciar para possíveis urgências e emergências”.
Ainda no dia 19, foi comunicado, por memorando interno, à direção do Hospital, a suspensão das cirurgias eletivas.
Na nota divulgada hoje, o secretário distorce os fatos e tenta ludibriar a população falando de que as denúncias teriam como causa uma repactuação de contrato, com menor valor, com a SOMA e que os medicamentos estariam sendo comprados em janeiro. Preocupa o fato do secretário dizer que os medicamentos só serão adquiridos no início de janeiro, pois há o risco de que nem as cirurgias de urgência e emergência possam ser realizadas.
Todo o teor da nota divulgada pela Secretaria de Saúde mostra um profundo desconhecimento do secretário em relação a situação, inclusive quando cita um contrato com a SOMA, pois esta não tem qualquer contrato com o Hospital ou com a Secretaria, visto que a SOMA é uma sociedade sem fins lucrativos, que engloba os médicos anestesiologistas do estado do Mato Grosso e que carrega um víeis inteiramente científico, não tendo qualquer relação ou influência na participação de negociações financeiras. A SOMA preza pelo interesse da especialidade, pela boa prática médica e pela segurança de seus pacientes.
Diogo lembra ainda que “não se faz saúde apenas com tijolos e cimento”, em referência a construção do novo Pronto Socorro da cidade que será inaugurado em breve.
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